
Em 3h e 10 minutos a menos do estipulado, Lívia Itapema nadou 3,8 km, pedalou 180 km e correu 42 km na competição vista por muitos atletas como o maior desafio de superação física e mental
“Há dois anos estive naquela mesma cidade, Vitoria-Gateiz, a passeio. E minha visita calhou de cair no final de semana do Ironman. Lembro perfeitamente que comentei com minha mãe e meu marido: meu Deus, essas pessoas são loucas, essa competição requer um esforço imenso! Deve ser impossível!”, lembra a nadadora do TCPP (Tênis Clube de Presidente Prudente), Livia Itapema Guariento Guimarães, que acaba de retornar da Espanha onde não só completou seu primeiro IronMan, evento com 2 mil inscritos, mas com três horas e dez minutos a menos (12:20:55), que o total da competição (15 horas e 30 minutos).
Lívia conta que estava um pouco nervosa no começo, por se tratar de uma prova que nunca havia feito. “Sempre fui atleta velocista, então fazer uma prova de uma longa distância assim foi bem desafiador. Mas, foi muito lega! Muito gostoso!”, exprime realizada a atleta.
Até concretizar esta aventura, Livia conta que ficou com aquela visita anterior e a ideia na cabeça se conseguiria realizar um Ironman. Então começou uma “pesquisa de campo”, perguntando aos mais chegados o que achavam. E a resposta que ela tinha era sempre a mesma: “se treinar, faz”!
Então, no dia 7 de agosto de 2023, Lívia decidiu que participaria da competição vista por muitos atletas como o maior desafio de superação física e mental.
Inspiração
Decisão tomada, Livia conversou com seu professor de natação, Jardel Duberger Neves e, na mesma hora, ele já mudou seu treino. Em seguida ela foi atrás de treinar corrida e bike, e depois disso foi, literalmente, treino atrás de treino.
“Decidi me inscrever para o mesmo Ironman que me inspirou, e acabo de voltar feliz e muito orgulhosa. Para quem não sabe, o Ironman é uma prova de Triathlon, mas com distâncias maiores, sendo 3,8 km [quilômetros] de natação, 180 km [quilômetros] de bicicleta e uma maratona, ou seja, 42 km de corrida”, narra a nadadora, que claro, ao retornar foi direto àquele que a inspira desde os 4 aninhos de idade, o professor Jardel, à beira da piscina onde ela deu suas primeiras braçadas.
O bom, segundo ela, é que a prova começa com a natação, o que a acalma, e tranquiliza, uma vez que, é “sua praia”. Tanto que largou bem, em terceiro lugar, do feminino. Assim, ela saiu da natação se sentindo super bem. Pegou a bike, qual acredita que o mais difícil nesta modalidade é a parte mental. “São 180 km – você fica rodando duas voltas e meia, então cansa um pouco. Mas foi muito legal! Por fim, vem a parte da corrida, que a gente tenta não pensar muito [risos], porque é hora de encarar uma maratona [quatro voltas de 10,5 km]. Mas é gostoso, porque tem muita gente torcendo o percurso inteiro, o que te ajuda a não sentir tanto. Você vai indo, indo e quando vê: acabou”, recorda o momento, inclusive de tocar o sininho, prática para quem é estreante.
Preparação
Livia destaca que a preparação para a competição foi bastante cansativa, porque eram treinos incessantes depois do trabalho, na madrugada. O professor Jardel lembra que ela não tinha a bicicleta específica para o Triathlon, então foram comprar uma em Curitiba (PR). “O Jardel abraça minhas loucuras sempre [risos]. Foi cansativo, mas com certeza uma experiência maravilhosa! E o que falam que o treino é mais difícil, é verdade. Porque a competição, embora cansativa passou…”, expõe.
Fotos: Sportograf.com – Cedidas pela atleta